Elisabeth - Eu sou professora há 20 anos. Fiz uma faculdade voltada para o magistério, como a gente tem um X de aulas de pedagogia, psicologia, e uma série de coisas embutida então apenas complementei com o curso de pedagogia. Prestei um concurso e passei, fui então professora, coordenadora ATP (Assistente Técnico Pedagógico), que hoje é PCOP (Professor coordenador de oficina pedagógica), e fui assessora da dirigente de ensino na oficina, foi então quando conheci o Miguel Arraes.
No dia em que fizeram a chamada, eu havia tirado uma boa classificação, subi no palco, e tinha praticamente todas as escolas de São Paulo, naquela época só de escola de 1ª a 4ª série que é o que todo mundo procura devia ter 30 ou mais, então eu escolhi a escola Miguel Arraes e costumo dizer, não foi a escola Miguel Arraes que me escolheu, eu que escolhi a escola Miguel Arraes.
JPN – Agora falando um pouco da escola, quando e como foi fundada a escola Miguel Arraes?
Elisabeth - A escola foi fundada em 2007, todo esse terreno aqui pertencia à escola Homero. A demanda era muito grande, o Homero tinha um número X de salas, aqui era o estacionamento e uma quadra que ainda temos até hoje. Então, construíram a escola, rapidamente, porque a comunidade estava bastante brava, pois não tinha escola para as crianças estudarem, então decidiram fazer dessa escola uma nova escola. A princípio chamou-se Vila Andrade por 6 meses, depois decidiram por República da Colômbia, porém houve um certo mal estar por causa do nome e de um dia para o outro, decidiram por Miguel Arraes e ficou assim.
JPN – Qual é a relação de períodos da escola?
Elisabeth - Aqui é de 1ª à 4ª série, fundamental de ciclo 1, e o ciclo 2 é de 5ª a 8ª série. Muitas pessoas ainda confundem, mas daqui a 6 anos em média, tudo vai se chamar ano e não série, e como vai ser de 1º a 9º ano, então aqui será de 1º a 5º ano.
JPN - Como que é a relação entre pais e professores?
Elisabeth - Com os pais dos alunos temos uma relação de família, e com relação aos professores, nos damos muito bem com as crianças, os professores são os mesmos do ano passado e conhecem muito bem as crianças, a relação com a comunidade é muito boa.
JPN – Existe alguma dificuldade no sistema de ensino da escola?
Elisabeth - Não. Eu tomo cuidado em explicar para os pais no começo de cada ano como é o sistema, e explico o que é 1º ano, alguns não entendem porque uma criança de 7 anos que nunca foi para a escola entra direto no 2º ano, a lei não permite, no 1º ano é só aos 6 anos de idade, e então eles conhecem o sistema.
JPN – Qual é o tipo de recreação que a escola oferece aos alunos?
Elisabeth - É meio estranha essa pergunta, porque a escola não oferece recreação. É uma coisa meio particular minha, a escola com a escola da família faz parecer um clube, acho que não é bem por ai. A comunidade presente na escola e a escola oferecendo coisas para a comunidade devem ser feito, mas de outra maneira. Pense, se a igreja tivesse isso também e abrisse os salões dela onde fazem as orações para dar um baile, com certeza ninguém mais respeitaria.
Porém, temos um sistema de recreação que foi até uma idéia minha, conversei com a Glória Luz, do Crescer Sempre, sobre aproveitar o horário de recreio com relação a entrada, saída e também porque eles não sabem brincar e isso me deixa muito preocupada, pensei até em arrumar professores estagiários com a parceria que temos, então falei desse problema no horário de recreio, que na verdade não é recreação, pois nós cuidamos para a criança não se machucar e também poder aproveitar o horário. Eles têm 20 minutos para descer, comer, brincar e subir. E nós temos uma equipe que é coordenada pelo professor Cláudio, que é nosso professor mediador e uma equipe dirige tudo isso, então eles tem brincadeiras, colocam algumas coisas no pátio e as crianças brincam.
JPN – O que você pode dizer dessa escola com relação a outras da comunidade, existem idéias futuras da escola para os alunos?
Elisabeth - Aqui a gente é mãe, para futuro nós queremos fazer dessa escola a melhor escola, e não estamos aqui para competir com ninguém, apenas queremos ser melhor assim como as outras escolas também querem ser.