Grupo reivindica construção de casas
populares; Haddad diz estar disposto ao diálogo, mas afirma 'não poder destinar
as moradias só para as entidades que fazem parte do movimento sem-teto'
15 de julho de 2013 | 10h 18
Gabriela Vieira e Artur Rodrigues - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Cerca de 150 famílias (ou 350 pessoas) acampam em frente à sede da Prefeitura de São Paulo desde a madrugada desta segunda-feira, 15. De acordo com a Polícia Militar, manifestantes do Movimento Moradia Casa Dez chegaram ao Viaduto do Chá, no centro, por volta de 0h30 e montaram barracas no local. Eles reivindicam a construção de moradias populares na cidade.
Ao ser questionado sobre as exigências dos acampados, o prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou nesta manhã que as 55 mil habitações prometidas não são suficientes para atender a demanda e que as moradias não vão só para movimentos sociais. "Temos de ter transparência para destinar as moradias. Não posso destinar as moradias só para as entidades que fazem parte do movimento sem-teto", afirmou.
Ele afirma estar disposto a conversar com os manifestantes e diz
que se reuniu com o movimento de moradia no ano passado. Segundo Haddad, 17 mil
habitações estão em fase de construção. "Em julho, vamos doar terrenos
para a Caixa Econômica Federal para mais 3 mil", disse o prefeito em
Paraisópolis.
Resposta. "Não dá mais para esperar o prefeito nos
dar uma reposta sobre terrenos que protocolamos há mais de dois meses",
diz o grupo de manifestantes em sua página no Facebook.
Ainda de acordo com o perfil na internet, o objetivo inicial dos
manifestantes era montar um segundo acampamento em frente ao prédio onde mora
Haddad. A PM informou que não tem registros de manifestações no local.
Os manifestantes dizem que permanecerão acampados em frente à
Prefeitura até que autoridades recebam as lideranças do movimento. Policias
acompanham o ato, que ocorre de forma pacífica.