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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

ENCHENTE ATINGE MORADORES DE PARAISÓPOLIS


O alagamento inundou casas e desabrigou famílias

O alagamento inundou casas e desabrigou famílias
A forte chuva que caiu sobre a cidade de São Paulo no último dia 11 de julho, causou alagamentos, inundações e deixou 26 famílias desabrigadas no Grotão, região do Complexo Paraisópolis.
Segundo moradores, o alagamento ocorreu por causa do entupimento de uma galeria que escoava água por baixo do cemitério Morumbi. “O risco de que poderia haver um alagamento foi debatido em reunião do Conselho Gestor de Urbanização”, comentou Nivaldo Ferreira Souza, conhecido como “Fuzil do Grotão”, morador local.
Preocupado com o alagamento, Angeli Ferreira Bastos, 67 anos, casado, pai de dois filhos e desabrigado pela chuva falou: “Nunca aconteceu um alagamento desse tipo aqui no Grotão. O aniversário de um ano de Daniela, minha filha, foi comemorado com água chegando ao joelho. Perdi tudo que tinha, falta até de comer. Agora só posso entrar no barraco pela janela. Minha esposa é depressiva desde 2002 e vive sobre remédio controlado. Para sair de casa, ela precisa andar por essa água parada”.
Em nota lançada em 13 de julho, a Secretaria de Infraestrutura Urbana – SIURB informou: “Não fomos informados de possíveis rompimentos das bombas de recalques, por parte da contratada, e mesmo que houvesse um rompimento, o sistema é composto por duas unidades, já prevendo a possível falha em um dos elementos."
Localizada entre o bairro de classe média alta Morumbi, Paraisópolis, continua com mazelas típicas de favelas: esgoto a céu aberto, barrocos de madeira, criança sem assistência e fora da escola, casas em áreas de risco, abusos de autoridades policias e pessoas vitimadas por balas perdidas.
O líder comunitário e membro do Conselho Gestor de Urbanização de Paraisópolis, Jonas Cabeleireiro, tem acompanhado o drama e debatido frente aos órgãos públicos o problema das enchentes que assolam o Grotão.
Jonas, em entrevista exclusiva ao JPN, conta todo o cenário que vivenciou, após 2 visitas que fez ao local. Segundo ele, o problema não está nas chuvas. Mas na situação como o Grotão se encontra.
JPN – Como você avalia a situação do Grotão?
Jonas - Como representante do Conselho Gestor de Urbanização fui pessoalmente ao Grotão. Minha visita foi no sentido de poder acompanhar de perto o drama das famílias que tiveram suas casas invadidas por esgoto, água contaminada e que foram assoladas pela enchente. Minha pergunta é até quando isso vai acontecer? O problema das enchentes ocorre com freqüência na região. Lembro de uma que ocorreu há 8 anos e o presidente da União dos Moradores era o José Rolim. Na época, ele forneceu assistência ao povo. Mas nenhuma teve tanta repercussão quanto essa: casas que não corriam risco de alagamento, dessa vez, sofreram com o drama das enchentes e 26 famílias ficaram desabrigadas.
JPN- Qual é a causa dessas inundações?
Jonas - Lembro que quando havia inundação no Grotão, toda água era escoada por uma tubulação que passa por baixo do cemitério Morumbi. A meu ver, as obras da “Avenida Perimetral” e um muro que foi construído pelo Cemitério Morumbi, impedem que as máquinas da prefeitura, num caso de emergência, entrem para fazer algo que venha resolver a obstrução do momento.
JPN – Se tivesse que fazer um apelo qual seria ele?
Jonas - A construtora res- ponsável, Camargo Correia, diz que não tem nada a ver com o problema da construtora atual, Passareli. Por fim, um fica passando a responsabilidade para o outro. Diante de todos, faço a seguinte pergunta: como fica o sofrimento dramático do povo humilde do Grotão? Será que a indenização das coisas como móveis, moradias, vai suprir todo transtorno psicológico que o povo tem sofrido? Preocupando-se com a próxima chuva que virá? Se a água de esgoto vai inundar de novo os barracos? E assim perguntamos, quais providências serão tomadas? Gostaria de enfatizar o trabalho de Fuzil, líder comunitário. Por representar o povo do Grotão perante o poder publico e a empreiteira contratada.

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