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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

CRAS Paraisópolis continua desativado desde a sua construção

Por Luiz Flavio

Com a atual situação de abandono do CRAS Paraisópolis, serviços socioassistenciais de proteção básica para famílias em situação de vulnerabilidades sociais deixam de ser atendidas.

   O local que deveria ser dado mais atenção pelo poder público na atual situação em que se encontram milhares de moradores afetados pelas as grandes mudanças causadas pela urbanização da comunidade está abandonado. Desde a sua construção o CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) Paraisópolis, situado no Grotinho, uma das regiões mais carentes da comunidade não tem exercido os serviços de atendimento aos moradores em situação vulnerável para o qual se destina.

Sucata de perua abandonada em frente ao CRAS 
   São vários os problemas da unidade do CRAS Paraisópolis, alguns até de risco a saúde pública, como é o caso da água parada de esgoto acumulada na parte detrás do prédio, um possível foco de proliferação do mosquito da dengue. A parte da frente do prédio do CRAS Paraisópolis se tornou um ponto viciado de lixo, o mesmo acontece na área onde houve em dezembro do ano passado um incêndio, hoje o local é um pequeno lixão. Sucatas de carros abandonados ficam bem em frente ao prédio do CRAS Paraisópolis. 

 
Quadra de basquete, três anos sem manutenção
 A quadra de basquete para as crianças se divertirem esta abandonada e sem manutenção a mais de três anos. Falta iluminação no local à noite, e a pequena praça de recreação esta abandonada. Faltam serviços de varrição no local e pintura de guias. O parquinho onde as crianças podiam se divertir com os pais nos finais de semana quase não existe mais, falta também manutenção nos brinquedos ainda existentes.

   O CRAS é um aparelho público destinado a facilitar o acesso ao morador em situação de vulnerabilidade social a políticas públicas de assistência social, bem como dar encaminhamentos a serviços públicos básicos de direito a pessoas com deficiência, idosos, pessoas sem condições de trabalhar entre outras situações. O CRAS também se destina a facilitar a introdução do morador da região em que atua em programas de transferência de renda como o BPC - Benefício de Prestação Continuada, Bolsa Família entre outros. 

 
Praça de recreação totalmente abandonada, mato e esgoto fazem parte do local.

 Hoje o morador que precisa de algum destes benefícios, tem que se deslocar até a unidade mais próxima do CRAS, na região do Campo Limpo, um descaso público, já que temos uma unidade construída e sem funcionamento em nossa comunidade.

Ponto viciado de lixo em frente ao CRAS Paraisópolis

Água parada nas dependências do prédio do CRAS Paraisópolis

Lixo e água parada nas laterais do prédio

Partes do fundos do prédio do CRAS Paraisópolis, potencial criadouro do mosquito da dengue.


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

PT faz caminhada final de apoio a Dilma em Paraisópolis

Por Luiz Flavio

Alexandre Padilha junto com o líder comunitário Zé Maria em cima de carro de som

   Na tarde de hoje, o ex- ministro da Saúde e ex-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, realizou nas principais ruas da comunidade de Paraisópolis uma caminhada de apoio a candidata do PT a Presidência da república, Dilma Rousseff. Junto com lideranças e partidários do PT da comunidade, Padilha agradeceu aos moradores os votos que recebeu no último dia 5 deste mês. O ex-ministro também pediu apoio aos moradores para a eleição deste segundo turno e visitou uma das regiões mais carente da comunidade, o Córrego Antonico. 
                                                                                                                                            Foto Luiz Flavio
Caminha na Rua Herbet Spencer

                                                                                                                                            Foto Luiz Flavio
Parada na Pasquale com a Melchior Giola, principal esquina da comunidade

                                                                                                                                            Foto Luiz Flavio
    Região do Córrego Antonico

                                                                                                                                           Foto Luiz Flavio
 Parada para discurso na esquina da rua Das Jangadas com Itajubaquara

                                                                                                                                           Foto Luiz Flavio
  Padilha cumprimentando moradores e comerciantes ao lado da Paróquia São José

                                                                                                                                            Foto Luiz Flavio


                                                                                                                                            Foto Luiz Flavio
Zé Maria, Alexandre Padilha, Zeca do PT e Brizola

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Prefeitura estuda mudar Ceagesp da zona oeste


Administração municipal propôs mudança no zoneamento da área para possibilitar a mudança. Cidade será convidada a discutir novas possibilidades de uso

O prefeito Fernando Haddad afirmou nesta segunda-feira (13) que a administração municipal e o governo federal estudam transferir a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), da Vila Leopoldina, na zona oeste da cidade, para outro local, dentro do município e integrado com o Rodoanel. Considerado o maior entreposto comercial da América Latina em volume de vendas, a Ceagesp é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura. Para possibilitar a transferência, a Prefeitura de São Paulo propôs a mudança de zoneamento da área, hoje destinada a atividades industriais, para uma zona de ocupação especial (ZOE). A Ceagesp emitiu nota sobre o assunto. Leia abaixo.

“Nós estamos em negociação tanto com o governo federal quanto com setores da iniciativa privada para estudar o deslocamento do nosso centro de abastecimento da Marginal Pinheiros. A ideia é utilizar aquela área de forma mais nobre. É uma área importante para a cidade, um entroncamento que tem transporte coletivo, inclusive sobre trilhos”, afirmou Haddad.

zoneamento da capital está atualmente sendo revisto por meio de um processo participativo. De acordo com a proposta anunciada nesta manhã, a área da Ceagesp deixaria de ser uma zona predominantemente industrial (ZPI) e passaria a ser uma zona especial. As ZOEs são áreas destinadas a abrigar atividades que, por suas características únicas, necessitam de tratamento especial, em termos de coeficiente de aproveitamento mínimo, básico e máximo, bem como dos demais parâmetros de dimensionamento e ocupação dos lotes. Na cidade, áreas como Aeroporto de Congonhas, os campi da Universidade de São Paulo e o Sambódromo são atualmente ZOEs.

A transferência do centro de abastecimento para outra área será discutida com a comunidade do entorno e com os comerciantes e produtores que atuam no Ceagesp. “A nossa ideia é manter a Ceagesp na cidade. Para isso, estamos desenvolvendo um estudo de áreas próximas ao Rodoanel, que seria utilizado como anel de distribuição de produtos hortifrutigranjeiros. A área é da União, então a nossa ideia é de uma parceria tripartite - município com a mudança do zoneamento, União com a terra e a iniciativa privada que entregaria para a cidade um novo Ceagesp e se beneficiaria de uma parte da intervenção urbana”, afirmou Haddad.

Caso o debate decida pela transferência da Ceagesp para outro local da cidade, a área poderá servir para uso misto, com parque, habitação e criação de um polo de desenvolvimento econômico e geração de empregos. De acordo com o prefeito, o novo centro de distribuição será instalado em um local que favoreça a logística do abastecimento, enquanto a área na Vila Leopoldina será reestruturada para favorecer a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico da região.

sábado, 4 de outubro de 2014

Conheça alguns candidatos que disputam votos na comunidade de Paraisópolis


Alexandre Leite
Partido: DEM

Candidato a Deputado Federal eleito em 2010, é filho do Vereador Milton Leite, um dos políticos mais atuantes da zona sul de São Paulo. Parece que a política esta no sangue da família, Alexandre Leite também é irmão do Deputado Estadual Milton Leite Filho, este ano tenta novamente a reeleição de mais um mandato. Na comunidade de Paraisópolis é um dos que mais tem sido divulgado nas propagandas políticas visuais.




Carlos Zarattini
Partido: PT

Candidato a reeleição como Deputado Federal pelo o estado de São Paulo, o petista Carlos Zarattini é formado em economia pela USP, foi secretário geral do Sindicato dos Metroviários onde defendeu a criação do Bilhete Único. Foi eleito Vereador da cidade em 1994 e na câmara municipal conseguiu aprovar a criação do Bilhete Único do trabalhador, seu 1º projeto de Lei.  Foi eleito Deputado Estadual em 1998 e Secretário municipal dos transportes no governo da prefeita Marta Suplicy no ano de 2000. Como secretário foi responsável pela criação do Transporte Escolar Gratuito, o “Vai e Volta”. Também como secretário legalizou e reestruturou o transporte clandestino na cidade.
Seu maior vínculo com a comunidade de Paraisópolis foi à criação e aprovação da Lei da Tarifa Social de Energia Elétrica em todo o país. A (Lei nº 12.212/2010) foi criada graças às reivindicações de lideranças petistas atuantes na comunidade que lutaram contra o aumento da energia elétrica em conseqüência das obras de urbanização de Paraisópolis.



Carminha PV
Partido: PV

Candidata pelo PV (Partido Verde) Carminha PV mora ao lado da comunidade, mais precisamente no famoso Ladeirão, onde tem uma loja de antiguidades. Enfermeira, Carminha PV levanta a bandeira de apoio em melhorias na saúde e atendimento de qualidade aos idosos. Também luta por melhoria na infra-estrutura de água e esgoto. Carminha PV disputou o cargo de Vereadora para Câmara Municipal nas eleições de 2012 agora tenta uma cadeira no Legislativo estadual.




Imagem Eleições 2014
Gilson Rodrigues
Partido: PPL

Destacou-se a frente da União de Moradores de Paraisópolis durante o período de urbanização da comunidade, mas ficou mesmo conhecido em 2010 quando o então presidente Lula doou para leilão em benefício do seu projeto (Escola do Povo), o terno usado por ele no dia da posse de seu primeiro mandato. Na ocasião, o evento ficou conhecido como o “Leilão das Celebridades” por causa do grande apoio de ricos, artistas e famosos que participaram do leilão em prol da promessa de erradicação do analfabetismo de jovens e adultos na comunidade. O primeiro leilão arrecadou R$ 4,266 milhões, segundo o jornal o Estado de SP e a revista Veja. O segundo leilão arrecadou mais R$ 1.6 milhões.
   Gilson Rodrigues é filiado ao PPL (Partido Pátria Livre), recentemente criado em 2011, época em que tinha o apoio do PT (Partido dos Trabalhadores), nas eleições municipais de 2012 se candidatou ao cargo de vereador da cidade de São Paulo, não se elegeu, mais obteve 5.883 votos, no final do ano passado seu partido rompeu com o PT por causa de divergências políticas, este ano ele tenta uma cadeira no Legislativo estadual com o apoio da presidenciável Marina Silva do PSB.




João Farias
Partido: PRB

Outro candidato que tem sido bastante divulgado na comunidade é o candidato a Deputado Federal João Farias do PRB (Partido Republicano Brasileiro). Petista desde os 14 anos deixou o partido dos trabalhadores em 2004 onde exercia o cargo de chefe de gabinete. Ingressou no PRB em 2008 onde foi eleito Vereador municipal, exerceu o cargo de secretário de Habitação na cidade de Araraquara na gestão do prefeito Marcelo Barbieri, e em 2012 foi reeleito Vereador novamente. Em Paraisópolis faz campanha para conquistar votos para o cargo de Deputado Federal pelo o estado de São Paulo.




José Américo
Partido: PT

 Reeleito por três mandatos como Vereador da cidade de São Paulo, o petista José Américo exercia a presidência da Câmara Municipal desde janeiro de 2013. Antes de pedir afastamento  para disputar o cargo de Deputado Estadual na Assembléia Legislativa, foi um dos Vereadores mais atuantes na elaboração do Plano Diretor e criou leis que obrigam o Executivo a elaborar e cumprir o Plano de Metas da cidade. Também é autor do PL (Projeto de Lei) que obriga o município a distribuir o “Kit Higiene Bucal”, também criou o Projeto que regulamenta no município a lei federal da Regularização Fundiária.




Imagem Eleições 2014
José Rolim
Partido: PSDB

Morador da comunidade há 34 anos, exerceu a presidência da União de Moradores de Paraisópolis por 12 anos. Em 2008 conseguiu como suplente exercer o cargo de Vereador da cidade pelo segundo mandato. Filiado ao PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), exerceu grande influencia na implantação e obras de urbanização da comunidade de Paraisópolis durante as gestões dos prefeitos Serra e Kassab. Não conseguiu se reeleger Vereador nas eleições de 2012 onde obteve 11.447 votos, nessas eleições disputa o cargo de Deputado Estadual.


Nádia Bacchi
Partido: PRB

Nadia Bacchi é candidata a Deputada Federal por São Paulo pelo PRB (Partido Republicano Brasileiro) nas eleições de 2014. Dona Nádia como é conhecida na comunidade, desenvolve trabalho social em Paraisópolis desde 1990 através da ONG Florescer . Nadia Bacchi é mãe da atriz e modelo Karina Bacchi, conhecida na comunidade como “Fada de Paraisópolis”. Nádia já disputou duas eleições municipais para o cargo de Vereadora, mas não conseguiu os votos necessários para exercer o cargo.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Bicicletas de bambu ficam abandonadas em CEU Paraisópolis

Fonte: BLOGS.ESTADAO
http://blogs.estadao.com.br/sp-no-diva/bicicletas-de-bambu-ficam-abandonadas-em-ceu-paraisopolis/
BRUNO PAES MANSO
Quinta-Feira 18/09/14 08:34

Dezenas de bicicletas de bambu estão encostadas e sem uso no Centro Educacional Unificado Paraisópolis, em São Paulo. O blog SP no Divã esteve no local no sábado e constatou com os frequentadores que os equipamentos estão esquecidos faz dois anos. As correntes, câmbios, aros e demais acessórios encontram-se em processo de deterioração. O projeto da Prefeitura, que buscava ensinar práticas de ”sustentabilidade” e de “mobilidade” aos alunos de escola pública, vem mostrando como desperdiçar tempo, material e dinheiro público.
As bikes começaram a ser montadas em março de 2012, ainda na gestão de Gilberto Kassab. Havia uma fábrica que ocupava dois andares do CEU Jardim Paulistano, na Brasilândia, na zona norte, onde eram produzidos os quadros triangulares de bambu, todos colados com produto natural e depois encaixados aos acessórios. O uso do bambu em contraposição ao alumínio era justificado para economizar energia e conscientizar as crianças a respeito de questões relacionadas ao meio-ambiente. Testes davam conta de que o equipamento era resistente.

Além de produzir as bicicletas com estudantes, o projeto ensinava técnicas de deslocamento com o apoio de monitores para incentivar o uso das duas rodas entre o caminho de casa e à escola. Dicas sobre como formar comboios e diminuir os riscos de acidentes no transporte eram fornecidas a crianças de 12 a 14 anos.
O programa foi orçado em R$ 4,6 milhões e tinha a meta ambiciosa de produzir 4.600 bicicletas, mas apenas 1.700 foram feitas e entregues. As complicações começaram quando a ONG responsável pelo projeto, Instituto Parada Vital, que também mantinha convênio com os bicicletários do Metrô desde 2008, começou a ficar mal das pernas no final de 2012, decretando falência em seguida.
Nos últimos dois anos, durante a gestão de Fernando Haddad, o projeto acabou ficando de lado. “Começaram a faltar monitores ainda no segundo semestre de 2012″, explica o atual secretário da Educação César Callegari. “Também havia questionamentos sobre a segurança do equipamento e sobre os valores do contrato”. Representantes da gestão do ex-prefeito Kassab dizem que tanto a metodologia como as bicicletas foram deixadas em bom estado para que o programa tivesse continuidade na atual administração.
Apesar de cicloativistas ainda tentarem mediar com as escolas maneiras de dar um destino às bicicletas de bambu, o clima de litígio pode pôr em risco todo esforço empreendido até o presente momento. A atual administração criou uma comissão para avaliar medidas legais contra o contrato. O convênio também está sendo auditado pelo Tribunal de Contas do Munícipio, que questiona os valores pagos pelo município e a segurança das bicicletas de bambu.
Enquanto isso, os alunos seguem percorrendo o trajeto de casa à escola a pé, com centenas de bicicletas mofando à espera de uso.
PS: Sugestão de um cidadão e jornalista. Em vez de deixar as bicicletas estragarem, por que a Prefeitura não tenta:
a) Premiar com uma bicicleta os alunos com melhor nota em redação
b) Premiar com uma bicicleta os alunos com melhor nota em matemática
c) Premiar com bicicletas estudantes que desenvolvam bons projetos voltados aos seus bairros
d) Dar uma bicicleta para quem convencer os juízes do Tribunal de Contas do Município e os burocratas da Prefeitura de que é preciso resolver o problema com urgência, antes que todas as bicicletas se estraguem. Nesse caso, eu daria dez bicicletas para o mágico autor da façanha.

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QUARTAS-FEIRAS DAS 16H ÀS 18H30
DE 08/10 À 05/11
INSCRIÇÕES ABERTAS


Núcleo de Cultura - CEU Paraisópolis
11 - 37427879
Rua José Augusto de Souza e Silva, S/N
Paraisópolis
São Paulo-SP

VII SARAU DO CEU PARAISÓPOLIS

A Biblioteca do CEU Paraisópolis, em conjunto com o "Programa Quem Lê Sabe Por Quê", convida a todos para uma viagem literária pelos 9 países que compões a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Paraisópolis: Em favelas de SP, moradores relatam reajustes no aluguel de até 50%

Fonte: G1_Globo
15/09/2014 06h48
Amanda Previdelli

No mercado formal, as altas nos contratos não chegam a 10% em média. Demanda, informalidade e infraestrutura influenciam altas nas favelas.

                                                                                                               (Foto: Amanda Previdelli/G1)

Em Paraisópolis, onde moram cerca de 100 mil pessoas, os aluguéis chegam a R$ 600 por dois cômodos 
Em 2011, Zilda pagava R$ 350. Hoje, paga quase o dobro: R$ 600. Relatos de moradores como ela mostram que o aluguel em favelas como Paraisópolis e Heliópolis, ambas na Zona Sul, subiu até 50% entre 2013 e 2014. O reajuste está muito acima do registrado no mesmo período para imóveis residenciais legalizados da cidade, que ficou em 9,3%, segundo pesquisa do Sindicato da Habitação (Secovi).

Líderes comunitários das duas favelas confirmam os aumentos indiscriminados. “As pessoas não aguentam mais porque pagavam R$ 400 antes, e agora pagam R$ 600. Já os salários continuam os mesmos, R$ 1.000 ou R$ 1.100”, diz Manoel Otaviano, responsável por programas de moradia da União de Núcleos, Associações e Sociedades de Moradores de Heliópolis (Unas). “Aqui dentro aumentou a valorização, mas como o pessoal não tem a escritura, cada um faz o seu preço, não tem valor de mercado”, acrescenta.

Em Paraisópolis, o diretor da União dos Moradores, Isaac Bezerra, relata aumentos anuais de R$ 100 a R$ 200. “E o auxílio-aluguel continua R$ 400”, afirma. A ajuda é concedida pela prefeitura para pessoas removidas de suas casa por causa de obras públicas, por determinação judicial ou porque vivam em áreas de risco. A prefeitura também diz que está fazendo investimentos em moradia em favelas de SP (veja nota no final da reportagem).

Sem alternativa, os moradores acabam gastando mais da metade do salário no aluguel. “Com os descontos, meu salário dá uns R$ 930, e gasto R$ 500 com aluguel. Não dá para comprar carro, não dá para pagar uma faculdade, vai tudo no aluguel, é um dinheiro que não tem retorno”, conta a auxiliar de limpeza Beatriz Oliveira da Silva, de 27 anos. Há dois anos ela mora em um imóvel de dois cômodos (quarto e cozinha) com o marido e um filho em Heliópolis.

Sem contrato

Ela e a amiga Cleidiane Ricarda de Oliveira, auxiliar de cozinha de 26 anos que mora com o marido e duas filhas em uma casa de alvenaria de dois cômodos, pagam o aluguel em dinheiro, diretamente para o proprietário. “Não tem contrato, nunca fiz. Tenho que sair a qualquer momento, se ele [o dono do imóvel] mandar. E ele aumenta o que ele quiser. Fala que, se a gente não quiser, tem outros que querem”, conta Cleidiane.

A informalidade do mercado imobiliário das favelas está entre os principais fatores da disparada dos aluguéis nessas regiões. Quando há um contrato formal, o valor não pode aumentar mais do que o índice acordado durante o período de vigência do documento. "No informal, a diferença é que você não espera o término, e a qualquer momento esse preço aumenta. Isso é ruim para o morador, pois ele está exposto a uma renovação forçada”, explica o economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) Eduardo Zylberstajn.

Segundo o advogado Marcelo Tapai, especialista em Direito Imobiliário e Consumidor, é comum a prática de “contratos verbais”, e eles não estão fora da legalidade. Entretanto, com o contrato verbal “fica difícil provar o que foi acordado entre as partes”, e o locatário sai prejudicado na maioria das vezes, explica.

Mesmo sem um contrato formal, o aumento indiscriminado é ilegal, afirma o advogado. “O locador não pode aumentar assim. Ele deveria estabelecer na formação do contrato, ainda que verbal, qual o índice que vai regular e qual o período de vigência e de reajuste. Existe aí um mercado paralelo que não obedece legislação nenhuma", afirma Tapai. Assim, acaba valendo a "lei do mais forte", afirma o advogado. "Se ele [o locador] percebe que há um número muito grande de interessados, depois de seis meses ele dobra o aluguel mesmo.”

Oferta e demanda
A explicação mosta que as favelas também são influenciadas pelos fatores que regulam o mercado formal, como a relação oferta-demanda. Eduardo Zylberstajn explica que a infraestrutura urbana é limitada, e as pessoas têm poucas alternativas de moradia. Enquanto isso, a demanda só aumenta – por questões demográficas e de renda.

Só entre 2010 e 2014, São Paulo ganhou 642.390 novos habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo período, o salário mínimo aumentou de R$ 510 para R$ 724. Assim, mais pessoas buscam moradia em São Paulo e mais pessoas têm dinheiro para pagar um aluguel. Por isso, o valor dos imóveis tende a aumentar.

Por causa dos aumentos indiscriminados, Zilda já pensou em deixar Paraisópolis e ir para ocupações organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Desde que foi removida de casa pela Prefeitura por estar em zona de risco, há dois anos, aguarda na fila para moradia popular – e espera que o apartamento prometido seja entregue antes da filha dela, de 5 anos, ficar mais velha. “Quando é que vai sair esse apartamento? Minha filha está crescendo e quando vai vir? Quando ela tiver 10, 15 anos? É bem repugnante essa situação”, afirma.

Casa própria
O aumento da despesa com moradia torna cada vez mais distante uma casa própria para o morador da favela. A auxiliar de limpeza Beatriz nem se inscreveu na lista dos que buscam moradia popular do Movimento Sem Teto de Heliópolis. “Já tem gente demais, tem pessoas com dez anos de fila”, diz. 

Já Cleidiane disse que tentou entrar em projetos sociais para conseguir moradia. “Mas tem uns que cobram. Daí vou pagar aluguel e ainda pagar para ficar na fila?”, questiona.

A educadora Vera Lúcia dos Santos, de 44 anos, que vive há oito em uma casa alugada em Heliópolis, tem mais esperanças. Ela está há três anos na lista dos Sem Teto de Heliópolis.

“Eu acredito, sim, que vou sair do aluguel. À medida que o tempo vai passando, a gente fica mais próximo disso. A luta é grande, mas a gente tem visto também muita conquista de imóvel”, conta. Atualmente, 40% do salário de Vera é gasto com aluguel.

Secretaria da Habitação
Questionada sobre as informações da reportagem, a Prefeitura enviou uma nota na qual explica como funciona o auxílio-aluguel e aponta os investimentos para moradia popular promovidos pela Secretaria da Habitação nas regiões de Heliópolis e Paraisópolis.

Confira a nota na íntegra:

“O valor do auxílio-aluguel é definido por lei pelo Conselho Municipal de Habitação, empossado em março deste ano, composto pelo poder público, sociedade civil e movimentos de moradia eleitos. A secretaria não tinha Conselho desde 2011, quando o processo eleitoral foi impugnado pelo Ministério Público. Apenas em 2013 a secretaria conseguiu retomar os trabalhos para a eleição do novo Conselho, que vai atuar no biênio 2014/2016. 

O auxílio é pago em três casos: remoção de famílias afetadas por obras públicas, por determinação judicial e famílias localizadas em áreas de risco iminente. Atualmente, cerca de 30 mil famílias recebem o auxilio-aluguel no valor de aproximadamente R$ 300, e a listagem completa dessas famílias pode ser conferida no site que apresenta o planejamento habitacional da cidade: www.habisp.inf.br. As famílias recebem o auxilio até a entrega da unidade definitiva.

Paraisópolis
A Secretaria Municipal de Habitação vai beneficiar cerca de 20 mil famílias com obras de urbanização na região de Paraisópolis. Para essas ações estão sendo investidos cerca de R$ 90 milhões. São R$ 37,3 milhões do Governo Federal, através do PAC, R$ 55,4 milhões da PMSP, e R$ 208 mil da Sabesp.

Serão nove áreas de intervenção. São elas: Pavilhão Social, Viaduto Rua Pasquale, Pq. Sanfona, Muros de Contenção, Central de Triagem, Escola da Música, Canalização do Córrego Antonico, Canalização do Córrego Jardim Colombo, obras na Av Avenida Perimetral, e a instalação de coletores-tronco de esgoto. As obras têm previsão de término para 2016, menos a Central de Triagem/Ecoponto e o Pavilhão Social, que serão entregues no primeiro semestre de 2014.

Heliópolis
Desde o ano passado, já foram entregues na comunidade de Heliópolis 200 unidades, no Empreendimento Heliópolis Gleba H. Outra obra, finalizada em abril de 2014, foi a canalização de 880 metros do córrego da Independência/Viela das Gaivotas. Essas duas intervenções tiveram um investimento total de aproximadamente R$ 77,8 milhões.

Está prevista a construção de mais 1.860 unidades habitacionais em cinco empreendimentos da comunidade: área da Sabesp 2, Sabesp 1, Estrada das Lágrimas, Condomínio B da Gleba G e o Conjunto São Pedro e Liviero.

Conjuntos que serão construídos em Heliópolis até 2016:
Sabesp 2: 1.200 unidades
Sabesp 1: 152 unidades
Estrada das Lágrimas: 187 unidades
Gleba G (2° etapa): 221 unidades
São Pedro e Liviero: 100 unidades

Ainda com previsão de término para 2016, serão instalados os serviços de infraestrutura na Gleba K de Heliópolis – redes de água e esgoto, drenagem e pavimentação. Também será concluído um Centro Comunitário, que será instalado no residencial Comandante Taylor. O córrego da Independência/Gaivotas também receberá serviços de urbanização e paisagismo.”


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Morre estudante brasileiro achado em piscina nos EUA

Fonte:Folhapress

PUBLICADO EM 13/09/14 - 18h01

Jovem de 20 anos estudava lazer e turismo na USP Leste e havia viajado na sexta-feira passada (5) para apresentar um artigo sobre Paraisópolis


Morreu neste sábado (13) o estudante Douglas Ribeiro, que havia sido encontrado inconsciente em uma piscina de hotel na cidade de Mobile, no Alabama (EUA).
O jovem de 20 anos estudava lazer e turismo na USP Leste e havia viajado na sexta-feira passada (5) para apresentar um artigo sobre Paraisópolis, favela da zona oeste de SP onde morava, em um congresso internacional.
Foi encontrado afogado na piscina no sábado (6) e estava internado em estado grave na UTI do hospital Mobile Infirmary desde então.
Leidiane Silveira, amiga de Douglas, contou que ele havia ficado submerso por vários minutos, até que foi encontrado por funcionários do hotel. Não se sabe mais detalhes do afogamento.
A mãe do jovem, Luciene Ribeiro, conseguiu comprar passagem para os EUA com a ajuda de amigos, e fez a viagem nesta sexta (12). O Itamaraty agiu junto ao consulado americano para facilitar a obtenção de um visto emergencial para ela.
A viagem de Douglas havia sido comprada com a ajuda do pai de uma amiga, que é empresário, e de uma vaquinha na internet.
O jovem já havia apresentado uma pesquisa própria sobre turismo nas favelas na Universidade de Potsdam, na Alemanha, em abril deste ano, e tinha outra viagem marcada em outubro para Portugal, para apresentar outra pesquisa sua.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Moradora de Paraisópolis faz vaquinha para pagar universidade em Portugal

Do UOL: http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/08/20/moradora-de-paraisopolis-faz-vaquinha-para-pagar-universidade-em-portugal.htm
No início deste mês, Leidiane Silveira, 21, foi surpreendida duas vezes: primeiro com a aprovação no curso de economia da Universidade de Coimbra, em Portugal, e, em seguida, ao descobrir que o valor cobrado pela instituição é bem maior do que o esperado.
Ela foi selecionada pela instituição com a sua nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A universidade anunciou a adesão ao exame brasileiro em abril e foi a primeira instituição estrangeira a aceitá-lo como forma de ingresso. No processo de maio deste ano foram ofertadas mais de 600 vagas para estudantes do Brasil.
"Eu não estava ciente de todas as taxas quando realizei minha inscrição, imaginei que houvesse alguma taxa, mas não sabia que chegaria a ser 7.000 euros por ano [o equivalente a R$ 21 mil]", diz Leidiane, que mora em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo.
Diante das taxas inesperadas, Leidiane foi estimulada pelos colegas a fazer uma vaquinha virtual para tentar arrecadar R$ 6.400, que corresponde a cerca de 30% da primeira anuidade, que deve ser paga já em setembro.
"Na vaquinha, eu peço inicialmente o valor para concretizar a matrícula, mas paralelamente, estou em busca de instituições ou pessoas físicas que possam me financiar durante esse período da faculdade, para que eu possa pagar tudo depois. E, simultaneamente, farei todo o possível para conseguir uma bolsa na própria universidade através de bons rendimentos", afirma.
Leidiane foi bolsista nos três anos do ensino médio do colégio Pueri Domus e chegou a cursar um ano de economia na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) com bolsa do Prouni (Programa Universidade Para Todos). O benefício na universidade foi perdido porque a família ultrapassou a renda máxima de um salário mínimo e meio por pessoa exigido pelo programa federal.
Sem dinheiro para a mensalidade na PUC, ela decidiu tentar a seleção na Universidade de Coimbra como forma de juntar dois sonhos: fazer faculdade e estudar fora do país. "Pensava em fazer um período de intercâmbio em 2015 ou 2016. E por uma feliz coincidência, vi nessas vagas abertas na UC uma oportunidade maior ainda, pois não seria seis meses ou um ano, mas toda a graduação fora do país em uma ótima universidade, e eu acredito fielmente que é uma enorme oportunidade tanto curricular como pessoal".
vaquinha ficará no ar até o dia 19 de setembro, pouco antes do início das aulas. Até a noite de terça (19), ela tinha arrecadado pouco mais de 20% dos R$ 6.400. Além dos 30% da anuidade, ela procura ajuda financeira para a passagem aérea, as demais taxas da universidade e as despesas para morar em Portugal.
"Não quero nada de graça nem de 'mão beijada'. Estou atrás de alguém que possa financiar, mesmo que sob contrato e com as taxas de juros aproximadas das do mercado atual, e, assim que eu terminar os estudos e começar a trabalhar, eu pagarei tudo devidamente como o combinado", diz.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

CEU Paraisópolis apresenta hoje a peça, Noches Lejos de Los Andes... o Diálogos con mi Dentista


Sinopse: O exílio na Europa, especialmente na França, tem sido e é ainda a sorte de milhares de latino-americanos, é esta experiência, banal e singular ao mesmo tempo, que é contada na peça, a solidão de quem acaba de chegar à cidade luz e os laços complexos que pouco a pouco se estabelecem entre a atriz e os habitantes da dita cidade. A nostalgia da infância ressurge, ressuscitando diante de nossos olhos, a longínqua América.

Ficha Técnica - Texto e Interpretação: Susana Lastreto Prieto Acompanhamento no bandoneón: Annabel de Courson Texto da canção: Hugo Paviot

Duração: 80 min Recomendação: 14 anos

05 de agosto às 20h  
Local: CEU Paraisópolis
Rua Doutor José Augusto De Souza E Silva, s/n - Jardim Parque Morumbi 
Tel. 11 3501 5660 
Capacidade do teatro: 196 lugare