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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Bicicletas de bambu ficam abandonadas em CEU Paraisópolis

Fonte: BLOGS.ESTADAO
http://blogs.estadao.com.br/sp-no-diva/bicicletas-de-bambu-ficam-abandonadas-em-ceu-paraisopolis/
BRUNO PAES MANSO
Quinta-Feira 18/09/14 08:34

Dezenas de bicicletas de bambu estão encostadas e sem uso no Centro Educacional Unificado Paraisópolis, em São Paulo. O blog SP no Divã esteve no local no sábado e constatou com os frequentadores que os equipamentos estão esquecidos faz dois anos. As correntes, câmbios, aros e demais acessórios encontram-se em processo de deterioração. O projeto da Prefeitura, que buscava ensinar práticas de ”sustentabilidade” e de “mobilidade” aos alunos de escola pública, vem mostrando como desperdiçar tempo, material e dinheiro público.
As bikes começaram a ser montadas em março de 2012, ainda na gestão de Gilberto Kassab. Havia uma fábrica que ocupava dois andares do CEU Jardim Paulistano, na Brasilândia, na zona norte, onde eram produzidos os quadros triangulares de bambu, todos colados com produto natural e depois encaixados aos acessórios. O uso do bambu em contraposição ao alumínio era justificado para economizar energia e conscientizar as crianças a respeito de questões relacionadas ao meio-ambiente. Testes davam conta de que o equipamento era resistente.

Além de produzir as bicicletas com estudantes, o projeto ensinava técnicas de deslocamento com o apoio de monitores para incentivar o uso das duas rodas entre o caminho de casa e à escola. Dicas sobre como formar comboios e diminuir os riscos de acidentes no transporte eram fornecidas a crianças de 12 a 14 anos.
O programa foi orçado em R$ 4,6 milhões e tinha a meta ambiciosa de produzir 4.600 bicicletas, mas apenas 1.700 foram feitas e entregues. As complicações começaram quando a ONG responsável pelo projeto, Instituto Parada Vital, que também mantinha convênio com os bicicletários do Metrô desde 2008, começou a ficar mal das pernas no final de 2012, decretando falência em seguida.
Nos últimos dois anos, durante a gestão de Fernando Haddad, o projeto acabou ficando de lado. “Começaram a faltar monitores ainda no segundo semestre de 2012″, explica o atual secretário da Educação César Callegari. “Também havia questionamentos sobre a segurança do equipamento e sobre os valores do contrato”. Representantes da gestão do ex-prefeito Kassab dizem que tanto a metodologia como as bicicletas foram deixadas em bom estado para que o programa tivesse continuidade na atual administração.
Apesar de cicloativistas ainda tentarem mediar com as escolas maneiras de dar um destino às bicicletas de bambu, o clima de litígio pode pôr em risco todo esforço empreendido até o presente momento. A atual administração criou uma comissão para avaliar medidas legais contra o contrato. O convênio também está sendo auditado pelo Tribunal de Contas do Munícipio, que questiona os valores pagos pelo município e a segurança das bicicletas de bambu.
Enquanto isso, os alunos seguem percorrendo o trajeto de casa à escola a pé, com centenas de bicicletas mofando à espera de uso.
PS: Sugestão de um cidadão e jornalista. Em vez de deixar as bicicletas estragarem, por que a Prefeitura não tenta:
a) Premiar com uma bicicleta os alunos com melhor nota em redação
b) Premiar com uma bicicleta os alunos com melhor nota em matemática
c) Premiar com bicicletas estudantes que desenvolvam bons projetos voltados aos seus bairros
d) Dar uma bicicleta para quem convencer os juízes do Tribunal de Contas do Município e os burocratas da Prefeitura de que é preciso resolver o problema com urgência, antes que todas as bicicletas se estraguem. Nesse caso, eu daria dez bicicletas para o mágico autor da façanha.

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terça-feira, 16 de setembro de 2014

Paraisópolis: Em favelas de SP, moradores relatam reajustes no aluguel de até 50%

Fonte: G1_Globo
15/09/2014 06h48
Amanda Previdelli

No mercado formal, as altas nos contratos não chegam a 10% em média. Demanda, informalidade e infraestrutura influenciam altas nas favelas.

                                                                                                               (Foto: Amanda Previdelli/G1)

Em Paraisópolis, onde moram cerca de 100 mil pessoas, os aluguéis chegam a R$ 600 por dois cômodos 
Em 2011, Zilda pagava R$ 350. Hoje, paga quase o dobro: R$ 600. Relatos de moradores como ela mostram que o aluguel em favelas como Paraisópolis e Heliópolis, ambas na Zona Sul, subiu até 50% entre 2013 e 2014. O reajuste está muito acima do registrado no mesmo período para imóveis residenciais legalizados da cidade, que ficou em 9,3%, segundo pesquisa do Sindicato da Habitação (Secovi).

Líderes comunitários das duas favelas confirmam os aumentos indiscriminados. “As pessoas não aguentam mais porque pagavam R$ 400 antes, e agora pagam R$ 600. Já os salários continuam os mesmos, R$ 1.000 ou R$ 1.100”, diz Manoel Otaviano, responsável por programas de moradia da União de Núcleos, Associações e Sociedades de Moradores de Heliópolis (Unas). “Aqui dentro aumentou a valorização, mas como o pessoal não tem a escritura, cada um faz o seu preço, não tem valor de mercado”, acrescenta.

Em Paraisópolis, o diretor da União dos Moradores, Isaac Bezerra, relata aumentos anuais de R$ 100 a R$ 200. “E o auxílio-aluguel continua R$ 400”, afirma. A ajuda é concedida pela prefeitura para pessoas removidas de suas casa por causa de obras públicas, por determinação judicial ou porque vivam em áreas de risco. A prefeitura também diz que está fazendo investimentos em moradia em favelas de SP (veja nota no final da reportagem).

Sem alternativa, os moradores acabam gastando mais da metade do salário no aluguel. “Com os descontos, meu salário dá uns R$ 930, e gasto R$ 500 com aluguel. Não dá para comprar carro, não dá para pagar uma faculdade, vai tudo no aluguel, é um dinheiro que não tem retorno”, conta a auxiliar de limpeza Beatriz Oliveira da Silva, de 27 anos. Há dois anos ela mora em um imóvel de dois cômodos (quarto e cozinha) com o marido e um filho em Heliópolis.

Sem contrato

Ela e a amiga Cleidiane Ricarda de Oliveira, auxiliar de cozinha de 26 anos que mora com o marido e duas filhas em uma casa de alvenaria de dois cômodos, pagam o aluguel em dinheiro, diretamente para o proprietário. “Não tem contrato, nunca fiz. Tenho que sair a qualquer momento, se ele [o dono do imóvel] mandar. E ele aumenta o que ele quiser. Fala que, se a gente não quiser, tem outros que querem”, conta Cleidiane.

A informalidade do mercado imobiliário das favelas está entre os principais fatores da disparada dos aluguéis nessas regiões. Quando há um contrato formal, o valor não pode aumentar mais do que o índice acordado durante o período de vigência do documento. "No informal, a diferença é que você não espera o término, e a qualquer momento esse preço aumenta. Isso é ruim para o morador, pois ele está exposto a uma renovação forçada”, explica o economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) Eduardo Zylberstajn.

Segundo o advogado Marcelo Tapai, especialista em Direito Imobiliário e Consumidor, é comum a prática de “contratos verbais”, e eles não estão fora da legalidade. Entretanto, com o contrato verbal “fica difícil provar o que foi acordado entre as partes”, e o locatário sai prejudicado na maioria das vezes, explica.

Mesmo sem um contrato formal, o aumento indiscriminado é ilegal, afirma o advogado. “O locador não pode aumentar assim. Ele deveria estabelecer na formação do contrato, ainda que verbal, qual o índice que vai regular e qual o período de vigência e de reajuste. Existe aí um mercado paralelo que não obedece legislação nenhuma", afirma Tapai. Assim, acaba valendo a "lei do mais forte", afirma o advogado. "Se ele [o locador] percebe que há um número muito grande de interessados, depois de seis meses ele dobra o aluguel mesmo.”

Oferta e demanda
A explicação mosta que as favelas também são influenciadas pelos fatores que regulam o mercado formal, como a relação oferta-demanda. Eduardo Zylberstajn explica que a infraestrutura urbana é limitada, e as pessoas têm poucas alternativas de moradia. Enquanto isso, a demanda só aumenta – por questões demográficas e de renda.

Só entre 2010 e 2014, São Paulo ganhou 642.390 novos habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo período, o salário mínimo aumentou de R$ 510 para R$ 724. Assim, mais pessoas buscam moradia em São Paulo e mais pessoas têm dinheiro para pagar um aluguel. Por isso, o valor dos imóveis tende a aumentar.

Por causa dos aumentos indiscriminados, Zilda já pensou em deixar Paraisópolis e ir para ocupações organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Desde que foi removida de casa pela Prefeitura por estar em zona de risco, há dois anos, aguarda na fila para moradia popular – e espera que o apartamento prometido seja entregue antes da filha dela, de 5 anos, ficar mais velha. “Quando é que vai sair esse apartamento? Minha filha está crescendo e quando vai vir? Quando ela tiver 10, 15 anos? É bem repugnante essa situação”, afirma.

Casa própria
O aumento da despesa com moradia torna cada vez mais distante uma casa própria para o morador da favela. A auxiliar de limpeza Beatriz nem se inscreveu na lista dos que buscam moradia popular do Movimento Sem Teto de Heliópolis. “Já tem gente demais, tem pessoas com dez anos de fila”, diz. 

Já Cleidiane disse que tentou entrar em projetos sociais para conseguir moradia. “Mas tem uns que cobram. Daí vou pagar aluguel e ainda pagar para ficar na fila?”, questiona.

A educadora Vera Lúcia dos Santos, de 44 anos, que vive há oito em uma casa alugada em Heliópolis, tem mais esperanças. Ela está há três anos na lista dos Sem Teto de Heliópolis.

“Eu acredito, sim, que vou sair do aluguel. À medida que o tempo vai passando, a gente fica mais próximo disso. A luta é grande, mas a gente tem visto também muita conquista de imóvel”, conta. Atualmente, 40% do salário de Vera é gasto com aluguel.

Secretaria da Habitação
Questionada sobre as informações da reportagem, a Prefeitura enviou uma nota na qual explica como funciona o auxílio-aluguel e aponta os investimentos para moradia popular promovidos pela Secretaria da Habitação nas regiões de Heliópolis e Paraisópolis.

Confira a nota na íntegra:

“O valor do auxílio-aluguel é definido por lei pelo Conselho Municipal de Habitação, empossado em março deste ano, composto pelo poder público, sociedade civil e movimentos de moradia eleitos. A secretaria não tinha Conselho desde 2011, quando o processo eleitoral foi impugnado pelo Ministério Público. Apenas em 2013 a secretaria conseguiu retomar os trabalhos para a eleição do novo Conselho, que vai atuar no biênio 2014/2016. 

O auxílio é pago em três casos: remoção de famílias afetadas por obras públicas, por determinação judicial e famílias localizadas em áreas de risco iminente. Atualmente, cerca de 30 mil famílias recebem o auxilio-aluguel no valor de aproximadamente R$ 300, e a listagem completa dessas famílias pode ser conferida no site que apresenta o planejamento habitacional da cidade: www.habisp.inf.br. As famílias recebem o auxilio até a entrega da unidade definitiva.

Paraisópolis
A Secretaria Municipal de Habitação vai beneficiar cerca de 20 mil famílias com obras de urbanização na região de Paraisópolis. Para essas ações estão sendo investidos cerca de R$ 90 milhões. São R$ 37,3 milhões do Governo Federal, através do PAC, R$ 55,4 milhões da PMSP, e R$ 208 mil da Sabesp.

Serão nove áreas de intervenção. São elas: Pavilhão Social, Viaduto Rua Pasquale, Pq. Sanfona, Muros de Contenção, Central de Triagem, Escola da Música, Canalização do Córrego Antonico, Canalização do Córrego Jardim Colombo, obras na Av Avenida Perimetral, e a instalação de coletores-tronco de esgoto. As obras têm previsão de término para 2016, menos a Central de Triagem/Ecoponto e o Pavilhão Social, que serão entregues no primeiro semestre de 2014.

Heliópolis
Desde o ano passado, já foram entregues na comunidade de Heliópolis 200 unidades, no Empreendimento Heliópolis Gleba H. Outra obra, finalizada em abril de 2014, foi a canalização de 880 metros do córrego da Independência/Viela das Gaivotas. Essas duas intervenções tiveram um investimento total de aproximadamente R$ 77,8 milhões.

Está prevista a construção de mais 1.860 unidades habitacionais em cinco empreendimentos da comunidade: área da Sabesp 2, Sabesp 1, Estrada das Lágrimas, Condomínio B da Gleba G e o Conjunto São Pedro e Liviero.

Conjuntos que serão construídos em Heliópolis até 2016:
Sabesp 2: 1.200 unidades
Sabesp 1: 152 unidades
Estrada das Lágrimas: 187 unidades
Gleba G (2° etapa): 221 unidades
São Pedro e Liviero: 100 unidades

Ainda com previsão de término para 2016, serão instalados os serviços de infraestrutura na Gleba K de Heliópolis – redes de água e esgoto, drenagem e pavimentação. Também será concluído um Centro Comunitário, que será instalado no residencial Comandante Taylor. O córrego da Independência/Gaivotas também receberá serviços de urbanização e paisagismo.”


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Morre estudante brasileiro achado em piscina nos EUA

Fonte:Folhapress

PUBLICADO EM 13/09/14 - 18h01

Jovem de 20 anos estudava lazer e turismo na USP Leste e havia viajado na sexta-feira passada (5) para apresentar um artigo sobre Paraisópolis


Morreu neste sábado (13) o estudante Douglas Ribeiro, que havia sido encontrado inconsciente em uma piscina de hotel na cidade de Mobile, no Alabama (EUA).
O jovem de 20 anos estudava lazer e turismo na USP Leste e havia viajado na sexta-feira passada (5) para apresentar um artigo sobre Paraisópolis, favela da zona oeste de SP onde morava, em um congresso internacional.
Foi encontrado afogado na piscina no sábado (6) e estava internado em estado grave na UTI do hospital Mobile Infirmary desde então.
Leidiane Silveira, amiga de Douglas, contou que ele havia ficado submerso por vários minutos, até que foi encontrado por funcionários do hotel. Não se sabe mais detalhes do afogamento.
A mãe do jovem, Luciene Ribeiro, conseguiu comprar passagem para os EUA com a ajuda de amigos, e fez a viagem nesta sexta (12). O Itamaraty agiu junto ao consulado americano para facilitar a obtenção de um visto emergencial para ela.
A viagem de Douglas havia sido comprada com a ajuda do pai de uma amiga, que é empresário, e de uma vaquinha na internet.
O jovem já havia apresentado uma pesquisa própria sobre turismo nas favelas na Universidade de Potsdam, na Alemanha, em abril deste ano, e tinha outra viagem marcada em outubro para Portugal, para apresentar outra pesquisa sua.