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domingo, 29 de abril de 2012

Virada Cultural 2012


dias 5 e 6 de maio



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Arquiteto projeta prédio comercial para Paraisópolis


Fonte: O Estado de S.Paulo   29 de abril de 2012 | 3h 06
Autor de outros projetos de prédios pela cidade, Sebastião Ankerkrone diz ter notado interesse de construtoras pela favela
O arquiteto Sebastião Ankerkrone, de 74 anos, já projetou prédios por toda a cidade e agora vai deixar sua marca em Paraisópolis. De uns tempos para cá, tem notado o interesse de grandes construtoras pela favela. Ele já recebeu duas encomendas da RD Construções e projetou o primeiro empreendimento para a favela: um prédio comercial.
São 34 escritórios de 63 metros quadrados, com 42 vagas na garagem, dois elevadores e 12 andares, que devem ser vendidos por R$ 160 mil. Outro terreno de 1,5 mil m² já foi comprado pela construtora e um novo prédio deve ser construído no local. "Vai haver uma renovação urbana em Paraisópolis. Diversas construtoras estão procurando terrenos por aqui", diz Ankerkrone.
Paraisópolis vive uma pequena revolução urbanística. Pelo menos 3 mil unidades de novos apartamentos estão sendo feitas. Além disso, o monotrilho ligando o bairro a Congonhas vai passar pela favela e o interesse pela área será ainda maior.
Negócios. Para aqueles que ficaram, a valorização dos imóveis foi grande. Aproveitando-se das regras urbanísticas flexíveis das favelas, moradores verticalizaram as casas. A comerciante Gilda de Oliveira tem hoje uma casa com 12 cômodos e quatro andares. No térreo, ela montou uma venda e uma lanchonete. E abandonou o trabalho de doméstica. Seu imóvel vale R$ 300 mil. "Mas, se alguém oferecer esse valor, acho que não vendo", diz.
Na frente de sua casa, o mestre de obras Manuel de Carvalho levanta um complexo de casas de cinco andares, onde pretende morar, alugar e abrir comércio. Está avaliado em R$ 500 mil. Uma dessas salas ele já conseguiu vender por R$ 35 mil. "Ainda acho que foi barato. Vendi muito rápido", diz. / B.P.M.

Depois da urbanização, imóveis em favelas paulistanas valorizam até 900%

Fonte: http://m.estadao.com.br/noticias/impresso,depois-da-urbanizacao-imoveis-em--favelas-paulistanas-valorizam-ate-900-,866668.htm?reload=y

Fruto de lutas sociais e investimentos públicos, melhorias feitas nos últimos anos inflacionaram preços e reduziram o preconceito

Domingo, 29 de Abril de 2012, 03h01
BRUNO PAES MANSO


Em 1980, os moradores do Residencial dos Lagos, à beira da Represa Billings, na zona sul de São Paulo, precisavam mentir o endereço do lugar onde moravam para ter alguma chance de serem contratados nas entrevistas de emprego. O mesmo ocorria em Paraisópolis e em Heliópolis, as duas maiores favelas de São Paulo, também na zona sul, e no Jardim São Francisco, na zona leste, cujos barracos de madeira, iluminados por gatos que roubavam a luz dos postes, cortados por ruas de terra sem rede de esgoto, eram cenários de um ambiente violento, com taxas elevadas de assassinatos.

As melhorias decorrentes das lutas sociais das décadas passadas, que se transformaram em investimentos em infraestrutura, ajudaram não somente a amenizar o preconceito contra os moradores das favelas como também serviram para valorizar fortemente o preço dos terrenos nas comunidades que receberam investimentos públicos. "Barracos" viraram "imóveis" e os preços dispararam até 900%.




Valorização
No Residencial dos Lagos, que começou o processo de urbanização em 2008, um apartamento de três quartos, sala e banheiro, que anteriormente era alugado por R$ 200, hoje custa R$ 700. É difícil encontrar aluguel nas favelas por menos de R$ 400 - valor do bolsa-aluguel pago pela Prefeitura para aqueles que são removidos de barracos em área de risco.
Mas o preço para a compra dos imóveis também disparou, chegando a se multiplicar por dez. Casas de quatro a cinco cômodos, que antes da urbanização eram vendidas por R$ 15 mil a R$ 20 mil no Residencial dos Lagos, hoje não são vendidas por menos de R$ 100 mil, podendo chegar a R$ 150 mil. "E mesmo assim é difícil encontrar quem queira vender porque ninguém vai querer sair daqui", diz a líder comunitária Vera Lucia Basália, integrante do comitê gestor do processo de urbanização local.
Sem medo
Em Heliópolis, a valorização segue a tendência de alta. Um imóvel de dois quartos, sala e cozinha, que em 2002 era alugado por R$ 280, atualmente sai por R$ 800. O preço de venda passou de R$ 20 mil para R$ 100 mil. "As pessoas tinham medo de entrar aqui e o estigma de favelado era muito forte e prejudicial. Hoje Paraisópolis está inserida na cidade", diz Paulo Henrique da Silva, que mora no bairro há 28 anos e estuda Contabilidade na FMU do Itaim-Bibi. Quando ele mudou para lá, Paraisópolis tinha 3 escolas. Hoje, são 15.
"Ontem, na universidade, uma colega me perguntou se eu morava na favela. Se fosse no passado, eu ficaria constrangido. Hoje sinto orgulho e sei que qualquer estranheza é desconhecimento por parte dela", finaliza ele.


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Documentário sobre a urbanização de Paraisópolis

Paraisópolis (Jornada da Habitação /São Paulo Calling)