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terça-feira, 23 de julho de 2013

Espionagem dos EUA tem acesso livre aos dados dos internautas

Publicado por Esquerda.net

Microsoft, Apple, Google, Facebook, Youtube e Skype são algumas das empresas envolvidas neste “Big Brother” em escala global

Ao contrário do que acontece no escândalo conhecido esta semana com a maior empresa de comunicações via telemóvel nos EUA, a Verizon,  que dá acesso aos espiões norte-americanos ao registro das chamadas feitas e recebidas mas sem o conteúdo das conversas, o programa PRISM mostra o conteúdo dos emails e o histórico de navegação na internet.

Segundo o diário britânico Guardian, o pontapé de saída do programa PRISM foi dado em 2007, com a Microsoft (que detém o servidor de correio Hotmail) a aderir em novembro. Três meses depois foi a vez da Yahoo e, no início de 2009, a Google, proprietária do Gmail. No ano seguinte, foi a vez do Youtube, outro produto da Google e, em 2011, entraram no PRISM a empresa de videochamadas Skype e a AOL. A Apple foi a última gigante da internet a aderir, em outubro do ano passado.
O programa dá acesso direto aos servidores destas empresas por parte da Agência Nacional de Segurança (NSA), o que é uma alteração substancial em relação à prática legal de entrega dos dados e comunicações dos utilizadores quando são requeridas pela justiça norte-americana.
A lei de vigilância norte-americana, alterada após os atentados de 11 de setembro, permite à agência de segurança obter o conteúdo das comunicações dos clientes destas empresas que vivem fora dos EUA e dos norte-americanos que comunicam com pessoas fora do país. Na prática, segundo o documento da NSA obtido pelo Guardian com data do mês passado, os espiões têm acesso ao conteúdo dos emails e dos chats de vídeo e voz, às fotografias, vídeos e outra informação que estejam alojados nos servidores das empresas, transferência de arquivos e também à informação sobre a hora em que o utilizador entra e sai desses populares programas de comunicação online.
A proporção do escândalo é colossal: muitos milhões de cidadãos em todo o mundo podem ver as suas comunicações recolhidas pela espionagem norte-americana sem necessidade de um pedido a qualquer entidade judicial. Em vez de ficar à espera de respostas aos pedidos de mandato, que envolviam a confirmação de que todos os envolvidos estavam fora dos EUA, neste momento apenas é necessária a suspeita de que uma das partes está fora do país para avançar com o recolhimento de dados.
Os resultados estão à vista no relatório da NSA, com o número de comunicações interceptadas no Skype aumentando 248% no ano passado, 131% no Facebook e 63% na Google. O documento indica ainda que a próxima empresa a entrar será a Dropbox, que oferece alojamento para os arquivos dos utilizadores. Ao todo, a NSA admite ter produzido no ano passado mais de dois mil relatórios por mês ao abrigo do PRISM, um aumento de 27% em relação a 2011.
Para Janet Jaffer, da organização de defesa das liberdades civis ACLU, a situação revelada é “chocante”, já que a NSA faz parte do aparelho militar e tem um acesso inédito às comunicações entre civis. “Trata-se de uma militarização sem precedentes da nossa infraestrutura de comunicações”, refere Jaffer, dizendo que isso é “profundamente perturbador para quem se preocupa com a separação” entre militares  e a população civil.
Uma fonte da administração Obama reagiu às revelações do Guardian e do Washington Post, garantindo que a lei não permite a coleta dessas informações de nenhum cidadão norte-americano ou vivendo nos EUA. “A informação reunida no âmbito deste programa é das mais importantes e valiosas” e “é usada para defender o país de um grande número de ameaças”, diz, em defesa do PRISM. Quanto ao silêncio acerca deste programa criado com cobertura política, o Washington Post escreve que “os membros do Congresso que conheciam o programa estavam obrigados por juramento a não revelar a sua existência”.



Dominguinhos morre aos 72 anos em hospital de São Paulo

Fonte: G1

Músico lutava havia seis anos contra um câncer de pulmão.
Ele havia sido transferido para a capital paulista em 13 de janeiro.

23/07/2013 19h48 - Atualizado em 23/07/2013 20h04


O músico Dominguinhos morreu nesta terça-feira (23), aos 72 anos, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele lutava havia seis anos contra um câncer de pulmão. De acordo com o hospital, o músico morreu às 18h em decorrência de complicações infecciosas e cardíacas.

Ao longo do tratamento, ele desenvolveu insuficiência ventricular, arritmia cardíaca e diabetes. Dominguinhos foi transferido para a capital paulista em 13 de janeiro. Antes, esteve internado por um mês em um hospital no Recife.
Considerado o sanfoneiro mais importante do país e herdeiro artístico de Luiz Gonzaga (1912-1989), José Domingos de Morais nasceu em Garanhuns, no agreste de Pernambuco. Conheceu Luiz Gonzaga com oito anos de idade. Aos 13 anos, morando no Rio, ganhou a primeira sanfona do Rei do Baião, que três anos mais tarde o consagrou como herdeiro artístico.
nstrumentista, cantor e compositor, Dominguinhos ganhou em 2002 o Grammy Latino com o “CD Chegando de Mansinho”. Ao longo da carreira, fez parcerias de sucesso com músicos como Gilberto Gil, Chico Buarque, Anastácia e Djavan, entre outros.
Ainda criança, Dominguinhos tocava triângulo com seus irmãos no trio “Os três pinguins”. Quando ele tinha oito anos de idade, foi “descoberto” por Gonzagão ao participar de um show em Garanhuns. A “benção” lhe foi dada pelo rei do baião quanto tinha 16.
“Gonzaga estava divulgando para a imprensa o disco ‘Forró no Escuro’ quando ele me apresentou como seu herdeiro artístico aos repórteres”, lembrou-se Dominguinhos em entrevista ao G1 no final de 2012. “Foi uma surpresa muito grande, não esperava mesmo.”
De acordo com ele, o episódio aconteceu somente três anos depois de sua chegada ao Rio, acompanhado do pai, o também sanfoneiro Chicão. Mudaram-se para a cidade justamente para encontrar Luiz Gonzaga. “Em cinco minutos, ele me deu uma sanfona novinha, sem eu pedir nada”, prosseguiu. Naquele período, Dominguinhos saiu em turnê com o mestre para cumprir a função de segundo sanfoneiro e, eventualmente, de motorista.
Centenário de Gonzagão
No fim de 2012, Dominguinhos se dedicou ativamente às celebrações dos cem anos do nascimento de Luiz Gonzaga. Durante um show no dia centenário, 13 de dezembro, realizado na terra natal do músico, Exu (PE), Gilberto Gil comentou: “Dominguinhos teve a herança do Gonzaga, que ele incorporou, através das canções, dos estilos, o gosto pelo xote, xaxado”. 
Para Gil, no entanto, Dominguinhos soube trilhar um caminho próprio. “Dominguinhos foi além, em uma direção que Gonzaga não pôde, não teve tempo. Ele foi na direção do início de Gonzaga, o instrumentista, da época das boates do Mangue, no Rio de Janeiro, quando ele tocava tango, choro, polca, foxtrot, tocava tudo, repertório internacional, tudo na sanfona. ”