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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Paraisópolis tem as duas piores escolas da cidade.


Nas últimas avaliações do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) que é realizado a cada dois anos, a comunidade de Paraisópolis chamou a atenção para um fato alarmante: duas escolas que atendem a comunidade tiveram as menores notas de toda à cidade de São Paulo.
O resultado da pesquisa foi divulgado no dia 5 de julho, pelo índice vemos que a pior escola municipal do 1º ao 5º ano na capital paulista é a Paulo Freire obtendo 3,1 pontos; já na rede estadual o último lugar do 6º ao 9º ano ficou para o colégio Etelvina de Góes Marcucci, 2,6 pontos, já o colégio vizinho, o Maria Zilda ficou com 3,8 na avaliação.
O resultado do Ideb traz à tona a realidade do descaso com que a educação e o futuro de centenas de crianças e jovens da comunidade de Paraisópolis vêm sendo tratada, em especial no colégio Etelvina. Os problemas são vários e já ocorrem há anos. É o que mostra o mesmo estudo do Ideb realizado em 2007 onde a nota do colégio foi de 2,9 pontos.
Falta perspectiva de vida para a maioria dos jovens da comunidade, muitos alunos não sabem a razão de estudar, a desmotivação para aprender é total. Outro problema que também atinge aos jovens da comunidade é o fato de não haver programas culturais e educacionais que dêem suporte e incentivo para que eles gostem de aprender, e a maioria não está preparada para corresponder as exigências do mercado de trabalho atual.
Os professores ganham mal, e muitos não estão preparados para encarar a realidade em que vivem os jovens de Paraisópolis.
A situação em que se encontra a estrutura do prédio do colégio Etelvina é deplorável. Os banheiros estão em péssimas condições de higiene, não há iluminação nas quadras, falta merenda escolar, algumas lousas estão trincadas, as carteiras estão todas riscadas, os ventiladores quebrados, os vidros das janelas já não protegem os alunos do frio, pois muitos estão quebrados e há freqüente falta de funcionários.
É comum encontrarmos alunos do 6° ao 9° ano sem saberem as operações básicas de matemática como subtrair ou dividir, isso sem falar da incapacidade de redigir uma redação, uma das exigências principais para conseguir um trabalho.
O ponto máximo dos problemas do colégio Etelvina se deu quando em uma sexta-feira (dia em que a maioria dos alunos não comparece as aulas), a diretora Sofia Elena Baccari suspendeu as aulas pela pequena quantidade de alunos presentes, dispensou-os e fechou os portões.
Pais de alunos chamaram a imprensa que constatou a denúncia. No dia seguinte, o problema se repercutiu na mídia jornalística.
A diretora do colégio Etelvina não é bem encarada pela comunidade. Em 2008, o povo recorreu a União dos Moradores do bairro procurando providências, conseguiram afastá-la por alguns meses da direção, no entanto até hoje as desavenças acontecem. A União dos Moradores está recorrendo à Secretaria de Educação, para realizar uma reunião com a Diretoria Regional de Ensino para discutirem a situação da educação oferecida nas escolas públicas do nosso bairro.