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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Entrevista com o presidente do Metrô de São Paulo, Sérgio Avelleda

Por. Luiz Flavio


JPN - Quais as vantagens principais que a nova Linha 17 Ouro vai trazer para a população de Paraisópolis?
Avelleda - As vantagens são várias. A idéia é criar bolsões de ligamento e dar aos moradores do bairro acesso a mais opções de transportes para se deslocar entre um bairro e outro de forma mais rápida. O monotrilho criará essas opções interligando os bairros ao sistema metroviário existente além de passar pelas principais avenidas da região. Com o mesmo bilhete o passageiro poderá ir pelo percurso que achar mais viável e mais rápido ao seu destino. O morador chegará mais rapidamente ao trabalho, escola, hospital e áreas de lazer da cidade.

JPN- Por que a construção da nova linha foi escolhida por sistema monotrilho e não pelo sistema convencional?
Avelleda - A implantação pelo sistema monotrilho é mais barata e muito mais rápida de ser executada do que pelo sistema de metrô convencional. Outro fator é o baixo número de desapropriações de imóveis que será necessário fazer no seu percurso. 

JPN - Quais são as principais diferenças dos dois sistemas?
Avelleda - 
O metrô convencional anda quase em linha reta o que não é viável para a forma dos obstáculos que o percurso apresenta. A área do Morumbi é montanhosa, só isso já aumentaria o custo e o tempo para a realização da obra pelo sistema convencional. Já o sistema monotrilho permite que as composições façam curvas mais fechadas e permite que as composições possam acompanhar as elevações do percurso. Isso não é possível pelo sistema subterrâneo.

JPN - Uma das preocupações principais dos moradores do Morumbi diz respeito à segurança. O monotrilho é seguro? E se der uma pane ou faltar energia?
Avelleda - 
Sim, o monotrilho é seguro. O sistema já é usado há muito anos em diversos países. Viajamos para esses países para estudarmos entre outras coisas a segurança do sistema. O nosso monotrilho tem 4 níveis de segurança, que é o nível máximo para esse tipo de transporte. Em caso de pane a composição pode ser atracada por outra composição tanto na parte da frente como na parte de trás do vagão; sendo assim rebocado. Também há geradores de energia extra em cada estação que permite que em caso de falta de energia, a composição chegue até a estação mais próxima. Ainda existe outro procedimento de segurança que permite que através de emparelhamento dos vagões os passageiros de uma composição possam passar para a outra por meio de um sistema de passarelas existentes em cada composição.

JPN - Quantos imóveis o metrô vai desapropriar em Paraisópolis?
Avelleda - Nenhum imóvel. Foi tudo bem planejado, a linha será construída no trajeto da nova Avenida Perimetral onde já estão sendo feitas as intervenções necessárias para a construção da nova via.

JPN - Como ficará o transporte público da comunidade? Há algum planejamento em andamento?
Avelleda - 
Já estão sendo realizados estudos para o transporte da comunidade. O que eu posso dizer é que haverá interligações entre as linhas que serve a comunidade e as estações. Não tem sentido o morador ter que andar da porta de sua casa até a estação.

JPN - Por que a nova linha terá que passar pelo aeroporto de Congonhas?
Avelleda - 
Veja bem, mesmo depois da desistência de jogos no estádio do Morumbi para a Copa de 2014, o evento trará muitos turistas, e a construção da nova linha ligará esses turistas à área hoteleira mais próxima que fica situada na região da Carlos Berrini.